segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PERIGO DO ISOLAMENTO PARA IDOSOS

Idosos devem  acompanhar as publicações da SAÚDE PLENA, tem sempre artigos muito bons para orientação do idoso.
 

Idosos que se mantêm afastados das relações sociais têm risco de morte aumentado

Idosos que se isolam apresentam mais problemas de pressão, memória e complicações cardiovasculares, indica estudo americano


A FOTO ACIMA É DO GRUPO DE REFERÊNCIA DA FELIZ IDADE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE AÇÃO SOCIAL DE ITAJUBÁ/MG. IDOSOS ATIVOS NÃO SE ISOLAM.

Mais do que triste, a solidão é perigosa para a saúde dos idosos. Uma pesquisa do psicólogo John Cacioppo, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva e Social da Universidade de Chicago (EUA), indica que a extrema solidão é tão prejudicial ao corpo quanto a obesidade e aumenta em 14% o risco de morte prematura de quem chegou à terceira idade. Os resultados colocam o isolamento como um fator de risco tão potente quanto a situação socioeconômica desfavorecida, que eleva em 19% as chances de morte precoce. Cacioppo apresentou esses resultados, no início deste mês, durante o congresso American Association for the Advancement of Science Annual, evento ligado à editora da revista científica Science.

“As pessoas subestimam a importância de compartilhar bons momentos com amigos e família”, observa o autor. Mais do que companheirismo, Cacioppo afirma que, independentemente do estágio da vida, são necessárias a assistência e a proteção mútua. Por isso, ter relacionamentos de qualidade é uma das chaves para a felicidade e a longevidade. “As tensões e os desafios da vida são suportados mais facilmente se podemos compartilhá-los com alguém em quem podemos confiar”, diz o especialista.

Conduzida entre 2010 e 2013, a pesquisa teve como base questionários aplicados a mais de 2,1 mil adultos com mais 55 anos. Os voluntários responderam a perguntas sobre origem, estado civil, renda e vida social. Durante todo o tempo, foram submetidos a checapes, o que permitiu o monitoramento do estado de saúde deles. Cacioppo conta que encontrou diferenças relevantes nas taxas de declínio da saúde física e mental entre os participantes mais solitários. Os sintomas mais comuns são insônia, depressão, aumento da pressão arterial e dos níveis de cortisol — o hormônio do estresse, responsável por cumprir papel essencial nas respostas de situações de perigo.

Wilson Jacob Filho, coordenador do Núcleo de Geriatria do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, explica que emoções como medo ou ansiedade, dois sentimentos comuns na solidão, perturbam o sistema nervoso autônomo, região que controla a respiração, a circulação do sangue e o controle de temperatura, por exemplo. “Quando se está ansioso, o ritmo respiratório muda, o apetite aumenta, a pessoa come mais e também vai mais ao banheiro”, descreve.

Essas respostas orgânicas aos estados emocionais são chamadas de doenças psicossomáticas. “Muito frequentemente, o paciente que chega ao consultório apresenta esses sintomas e se queixa que eles passaram a ocorrer com a depressão, depois do falecimento do cônjuge ou quando os filhos saem de casa. Pode existir uma maior sensibilidade à dor, predisposição à infecção e maior descontentamento porque a solidão é um exacerbador dessas condições, tornando-as mais evidentes”, explica o geriatra.

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