Carregamos conosco o medo de perder aquilo que já perdemos, já não é nosso, pois nos serão tirados quando não mais estivermos limitados ao corpo.
Já perdemos tanta coisa durante a caminhada!
Por que nos apegarmos a bolha de são?
Elas estouram no espaço, não suportam o tempo. Só nós estamos limitados ao tempo e ao espaço. Por isto, achamos que tudo será eterno.
Mas eles nos dão a verdadeira dimensão de nossos apegos, porque, sendo finitos revelam-nos a infinitude de nossos sonhos, o imponderável de nossos desejos e a nossa ânsia de libertação. Precisamos nos livrar de tudo o que nos amarra, de todo peso que carregamos ao longo dessa vida, malas cheias de lembranças, mágoas e ressentimentos.
Nesta estrada, precisamos viajar mais leves, desapegarmos aos poucos de tudo aquilo que nos prende e que nos deixa pesados, ligados ao efêmero. Precisamos buscar a leveza nas relações com a posse, com a pose, com o poder, e tornar mais leves nossos relacionamentos com as pessoas.
O outro é um universo inteiro de possibilidades, uma realidade nova insondável, livre, que não podemos escravizar nem dominar. Tão livre que não nos pode prender, nem alienar, nem limitar. Na relação plena, não cabe o apego; ele gera medo de perder. E o medo é o contrário do amor.
Quem ama liberta, desapega, vive no mundo, mas não é do mundo. Encanta-se com o mundo, com as coisas e as pessoas. Encanta-se tanto que os liberta, não os aprisiona, deixa ir.
Viver em plenitude é estar leve o suficiente para voar quando as asas estiverem prontas, e o vento soprar favorável... ( Daniel Moura)
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