sexta-feira, 1 de novembro de 2013

MENINA XI


Menina teimosa, vinte anos, correndo atrás de conhecimento, estudando, lendo muito, como sempre foi seu hábito, a esta altura da vida, restava muito pouco da menina da roça. Resolveu voar um pouco mais alto. Foi trabalhar numa pequena empresa metalúrgica, fabrica de condensador eletrolítico. Como sempre gostou de matemática e já estava cursando o segundo grau, foi trabalhar na máquina de testes, seu primeiro contato com paquímetro e micrômetro. Vibrava com seu primeiro emprego, agora era operária, era metalúrgica. A empresa mudou para o bairro de Santo Amaro, rua dos Missionários, foi ampliada, tudo para ela era novidade, era sindicalizada.

Enquanto estudava ela deixava sempre um pedacinho de papel escondido debaixo do aparelho de teste e sempre que podia dava uma olhada na matéria, pois dispunha de pouquíssimo tempo para estudar. Numa dessas olhadinhas, foi apanhada pelo proprietário da empresa. Ele colocou a mão enorme sobre seus ombros e disse: me dá o papel. Ela tremendo de medo entregou. Então ele falou gramática? Mal conseguiu responder sim. Ele perguntou estuda? Ela disse sim. Perguntou que horas? Ela disse à noite. Por volta das quinze horas foi chamada ao Departamento Pessoal, o atual RH. Despediu das colegas chorando e disse perdi meu emprego.
O chefe do RH perguntou se  sabia datilografia, ela disse sim. Então amanhã passará para o escritório, ordens do dono, ficou admirado vendo seu esforço. Ela nunca havia estado no escritório e no entanto no dia seguinte estava lá para trabalhar, não conhecia talão de cheques e no dia seguinte, naquela máquina

PAQUÍMETRO


A MÁQUINA  OLLIVETTE DA ÉPOCA TINHA O CARRO MAIOR ESTÁ É EQUIVALENTE
 
MICRÔMETRO

Ollivette, com um carro enorme, ela teve que preencher vários cheques. Errou muitos, mas era ordem do dono.

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