sexta-feira, 18 de outubro de 2013

HISTÓRIA DA MENINA VII

Lembrança triste

Toda a vida da menina sempre foi muito difícil, mas uma delas a marcou profundamente. A menina estava com doze anos. Na fazenda onde foram morar, nas proximidades da cidade de Colina/SP chegou um novo administrador com sua família. O casal tinha quatro filhas, duas  com idade muito próxima da sua. Era final de ano e então as meninas começaram a falar sobre Papai Noel. A menina ficou encantada com a história do bom velhinho. Então disseram para ela que toda criança boazinha e trabalhadeira na noite de Natal, o Papai Noel passava e deixava um presente. Ora, a menina trabalhava muito, era obediente e caprichosa, então, encheu-se de sonhos e escreveu ao Papai Noel pedindo uma sombrinha, igual a da menina da sua idade. Chegou o dia vinte e quatro de dezembro e a ansiedade da menina cresceu. Encheu-se de esperança, afinal ela nunca havia ganhado um presente de Natal, seria o primeiro, colocou seus chinelos na beira da cama. No dia vinte e cinco acordou e foi logo olhar se seu presente havia chegado. Nada, ela não ganhou seu presente de Natal. Logo as meninas apareceram mostrando seus presentes e perguntando pelo presente dela. Quando disse que não ganhou nada, foi logo acusada de não ser uma boa menina, pois o Papai Noel não falhava. Pobre menina chorou muito, sentiu uma imensa tristeza, ela havia feito tudo tão certinho, e papai Noel não atendeu seu pedido. Sua mãe percebendo sua tristeza, sem sequer querer comer, quis saber o que havia acontecido, então ela contou para a mãe e disse, mas eu sou obediente, sempre trabalhei, porque Papai Noel não me deu o presente que pedi? Então a mãe em lágrimas explicou para a menina que Papai Noel não existia, quem comprava o presente eram os pais e eles eram pobres não tinham como lhe dar um presente de Natal. Era o Natal do ano de mil novecentos e cinquenta e seis.


Assim ficou o rosto da menina ao acordar no dia 25 de dezembro de 1.956


A menina, hoje mãe de dois filhos não alimentou ilusões no coração das crianças, a partir dos 5 anos de idade contou a verdade para eles. Seus filhos nunca ficaram um Natal sem um presente, por mais simples que fosse.

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