Na década de 50 poucas pessoas usavam óleo de cozinha, na roça usava banha de porco até para temperar salada. A salada era temperada com sal, limão rosa e banha de porco quente, quando colocava a banha até fazia barulho. Quem nunca comeu não tem noção de como ficava depois que esfriava. Toda a comida era feita na banha de porco.
O pai da menina quando podia engordava um porco, na época era chamado de capado. Fechava o porco em um cubículo e o alimentava com abóbora, mandioca cozida e um negócio chamado lavagem, que consistia em restos de comida, folhas, frutos, cascas etc. O bicho ficava no chiqueiro e era chiqueiro mesmo. Depois de gordo matavam, sapecavam com folhas de bananeira seca. ou seja cobria o porco com a palha e ateava fogo para queimar os pelos. Abriam o porco, cortavam em quatro partes e deixavam para as mulheres cuidarem. Elas cortavam o toucinho para fritar, preparavam as carnes e também a linguiça e o chouriço. Iam para o córrego onde as tripas eram lavadas, viradas ao avesso e colocadas em caldo de limão rosa. Depois lavava novamente e punha para secar. A carne para enchimento era moída numa máquina de moer carne a mão. O toucinho magro era salgado e colocado no fumeiro acima do fogão. Não havia geladeira as carnes fritas eram conservadas na própria gordura do porco, guardava tudo dentro de latas de dezoito litros. Nessa época a menina contraiu cisticercose que alojou em seu cérebro, mas Deus é grande e ela foi encapsulada e lá está até hoje, mas não causou nenhum dano. Para quem não conhece, chouriço é feito com o sangue do porco e com as tripas mais grossas.
Na casa da menina havia um forno no quintal, onde sua mãe assava pães, bolo de fubá e biscoitos quando podia fazer.
Máquina de moer carne da década.
Para esquentar colocava lenha dentro dele para queimar depois retirava os restos. Esse forno na época era varrido com vassoura feita de alecrim do campo e dava o ponto do calor colocando uma palha de milho dentro.
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