A mãe da menina era de poucas palavras e até suas calcinhas e sutians quando colocava no varal, punha uma toalha por cima para ninguém ver. Certo dia a menina viu um sutian e ficou muito admirada, pensava que era touca de nenem, naquele tempo os recém nascidos usavam toucas. A menina ficou muito admirada pensando em um neném com duas cabeças.
Naquele tempo quando nascia uma criança diziam que o avião havia jogado o recém nascido. A menina estava trabalhando na roça, quando passou um avião, e ela prontamente gritou: avião, joga um neném para mim. A senhora que estava ao seu lado estava grávida e disse, tamanha moça e ainda acredita em avião. Olha a minha barriga, dentro dela tem um neném. A menina chegou em casa e ficou muito tempo tentando abrir o umbigo para ver se tinha neném em sua barriga.
Aos treze anos ela menstruou, não sabia o que era. Começou a jogar as poucas calcinhas que tinha na fossa negra e nada do sangue parar de sair. Quando só restava uma calcinha ficou trancada no quarto chorando. Então sua mãe mandou abrir a porta, e ela com muito medo contou para sua mãe o que estava acontecendo. Então sua mãe disse: isso é coisa de mulher e ninguém pode saber, é feio falar essas coisas. Vou fazer umas calças para você. A seguir trouxe uns trapos e disse que aquilo era forro. Tinha que ser lavado muito escondido para ninguém ver. Não podia deixar encardir e tinha que ter muito cuidado pois se colocasse no quaradouro poderia passar sapo ou mandrová e era muito perigoso. Foi apenas essa informação que ela recebeu sobre menstruação.
Adolescentes década de 50
Máquina de costura 1890 igual a da avó da menina
Um baile, jovens da década dançando, as saias eram godês, muito rodadas
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